O 3º ENNIQ (Encontro Nacional de Negros, Negras, Indígenas e Quilombolas) aconteceu presencialmente de 25 a 29 de novembro, reunindo mais de 180 sindicalizadas(os) de todas as cinco macrorregiões do país, possuindo como temário “Corpo-Território, Vozes Coletivas na Luta por Reparação, Bem Viver e Contra o Marco Temporal”.
A secretária de Carreira e Relações de Trabalho do Sinasefe Santa Maria, Cassiana Marques da Silva, destacou que o evento consolidou-se como um espaço estratégico de articulação política, formação e reivindicação, reafirmando a luta por direitos, reparação histórica e justiça social.
Os debates se concentraram no campus Brasília-DF do Instituto Federal (IFB). O evento foi aberto na Esplanada dos Ministérios, com a Marcha das Mulheres Negras, e também teve atividades na Câmara dos Deputados (Audiência Pública sobre os impactos da Reforma Administrativa) e em Cidade Ocidental-GO (visita ao Quilombo Mesquita).
A Plenária Final do Encontro, suspensa na sexta (28/11) em virtude da consternação provocada pela morte brutal das servidoras do Cefet-RJ, Allane de Souza Pedrotti Matos e Layse Costa Pinheiro, será retomada virtualmente, em data que ainda será informada no portal nacional do Sinasefe.

Conforme deliberado no 2º ENNIQ, somente pessoas racializadas, indígenas, quilombolas e ciganas sindicalizadas ao SINASEFE puderam se credenciar no evento.
Interseccionalidades e combate às opressões
Cassiana Marques da Silva (foto abaixo) comentou também que o objetivo central do encontro foi fortalecer o diálogo sobre as interseccionalidades que atravessam as instituições federais de ensino, com destaque para o cumprimento do Decreto nº 11.443/2023, que determina que no mínimo 30% dos cargos em comissão e funções de confiança do governo federal sejam ocupados por pessoas negras.
Durante o encontro foi discutida a invisibilidade de servidores/as negros/as, indígenas, quilombolas e pessoas trans, que frequentemente não dispõem de espaços de fala e representação. Também foi destacado o papel fundamental do sindicato no combate às opressões, reforçando a importância de fortalecer — e criar, onde ainda não existe — pastas específicas dedicadas a essa pauta nas bases do Sinasefe.

A organização do evento se deu em três grupos de trabalho (GTs):
– Polinizando o Bem Viver: diálogos entre movimentos negro, indígena, quilombola e cigano contra a hegemonia;
– Colocando a Interseccionalidade no Centro do Debate: gênero, raça, classe, etnia e deficiência;
– Análise, Perspectivas e Propostas: racismo institucional, educação antirracista e o Marco Temporal no âmbito do Sinasefe.
Imagens: Sinasefe Nacional e arquivo pessoal
Edição: Fritz Rivail
